[Rafaela Miranda Rocha]
A história não é nova: empresa levantando bandeira de alguma causa nobre como jogada de marketing para ganhar a simpatia do público e tentar humanizar sua marca. Mas jogar a merda no ventilador de maneira tão eficiente em nome da ideologia, isso parece inédito. A marca inglesa de cosméticos Lush resolveu dar um passo além do confortável ativismo on-line e, na semana passada, montou uma performance que marcou o auge de sua campanha contra testes em animais: fez da vitrine de sua maior loja, em plena Regent Street, meca do consumo londrino, um laboratório de testes que promoveu um verdadeiro show de horror para milhares de pessoas.
A atriz Jacqueline Traides fez papel de cobaia e, durante 10 horas, foi vítima de todo tipo de tortura a que são submetidos milhares de animais mundo afora. Apesar de não passar de uma performance, o cabelo raspado, as injeções, a comida goela abaixo e, consequentemente, o desconforto estampado em seu rosto eram bem reais. Na era da apatia e da enxurrada de informações, é fácil deletar a milésima foto de bichinho aleijado no Facebook, trocar de canal no comercial da ONG ambiental, mudar de assunto com a amiga eco-chata… Mas nada como assistir à violência e ao sofrimento ao vivo e, melhor, em um ser da mesma espécie, para a emoção bater e a consciência pesar.
A ação atraiu elogios e repercutiu mundo afora, mas, claro, também foi criticada por alguns. No Twitter disseram ser um tiro no pé, por arriscar a perda de clientes, pecado mortal na ditadura capitalista. Ou seja, em plena crise tiveram a audácia de denunciar e expor cruamente uma realidade incômoda que poderia prejudicar o consumo, finalidade e razão da nossa existência. Ponto pra eles.
Como desde 1993 a legislação inglesa proíbe testes em animais, mesmo os mais bem informados habitantes da terra da Rainha achavam que não corriam o risco de estarem sendo coniventes com a situação. Errado. A campanha mostra que existem várias entrelinhas no texto, como por exemplo a permissão de realização de testes em outros países que ainda não baniram a prática, como a China e, quem diria, o Brasil. Eles explicam que devido ao lobby de gigantes da área (como mostra essa lista*) a implementação definitiva da lei vem sendo adiada há anos. Não dá mais pra esperar.
Marcas como a Lush já provaram que é possível criar produtos de alta qualidade sem necessidade alguma de testes em animais. Então a pergunta é: por que diabos isso continua acontecendo? Uma das respostas é a simples falta de pressão (e interesse) popular. Temos o péssimo hábito de não questionar as origens de nossos bens, embora saibamos que é só cavar um pouquinho mais fundo pra coisa começar a feder. A verdade é que opções não faltam**, e ninguém vai morrer ao trocar o esmalte X pelo esmalte Y, deixar de comprar o shampoo da Giselle Bundchen pra comprar o da embalagem reciclável ou, Deus nos livre, comprar menos, ponto. Mas é mais fácil deixar pra lá, afinal, o que os olhos não vêem, o coração não sente. E assim caminha a humanidade, com seus supérfluos de primeira necessidade.
[N.A.]* http://www.fightinganimaltesting.com/the-lush-campaign/
[N.A.]**http://www.mediapeta.com/peta/PDF/companiesdonttest.pdf
O que eu acho interessante nestes textos, é que nunca se diferencia bem qual a finalidade dos testes. Uma coisa são os testes para as indústrias de cosméticos – queria ver as mulheres apoiarem essa causa e ficarem só com os cosméticos naturais. Outra coisa, são as pesquisas que envolvem vacinas e melhorias de saúde, na qual não posso deixar de apoiar as pesquisas, mesmo zelando por menos sofrimento animal, pois do contrário seriam os humanos as cobaias, alguém se arrisca ?
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Louis,
Não entendi bem o porque da generalização (“o que eu acho interessante nestes textos…”). O texto acima publicado me parece bem claro quanto a este ponto que vc levanta: ele critica os testes em animais para a indústria de cosméticos. Testes para vacinas é outro assunto (que bem mereceria outro texto, é verdade). Questão complicada, sem dúvida. Abs
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Independente do objetivo dos testes, creio que todos deveriam passar por uma avaliação da necessidade de impingir maus-tratos em animais. Muitos testes voltados para causas nobres, usam tratamentos cruéis e desnecessários. Além disso, há tráfico de animais envolvido, o que é crime. Vale refletir sobre o texto sim!
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Louis,
Como disse o Antonio, o texto (assim como a campanha) é sobre testes de cosméticos em animais, uma prática ultrapassada e desnecessária, como provam as milhares de empresa que não aderem. Como eu digo no texto, não temos o hábito de investigar como são produzidos nossos bens, sob quais condições – somos consumidores vorazes porém demasiadamente passivos. Assim, acabamos sendo coniventes com vários tipos de exploração, não só a de animais (trabalho infantil e escravo são outros exemplos que estão diretamente ligados a esse tema). O que eu busco com o texto é levantar exatamente essa bandeira: precisamos ser mais responsáveis pelo nosso consumo e exigir transparência e ética das empresas que fabricam esses bens. Se um processo de produção é comprovadamente abusivo e existem opções mais éticas para se conseguir o mesmo resultado, pq não mudar?
Sobre os testes para pesquisa médica, o assunto é bem mais complicado. Não tenho uma opinião completamente formada sobre isso pois, apesar de apoiar o avanço científico, não acho que temos o direito de, como citou a Celi, tirar animais de seus habitats naturais (ex: macacos) para trancá-los em laboratórios. Pra mim é uma questão muito complexa pq eu não sei até onde tudo que fazemos em prol do nosso bem estar pode ser justificado.
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Qual a lei que diz que na terra da rainha não se faz pesquisa em animais? Diariamente saem dezenas de artigos ingleses com pesquisas que foram feitas em animais.
Acho que se deve levar essas considerações com cuidado, visto que todo o avanço na fisiologia ocorre com pesquisa com animais e não é possível se elucidar as questões dessa área de conhecimento sem esse tipo de pesquisa.
Sem as pesquisas com animais não existiriam remédios e tratamentos. Atualmente as pesquisas em animais seguem padrões éticos rígidos e específicos, nenhuma pesquisa é feita sem aprovação de um comitê interdisciplinar que verifica a necessidade e a validade da pesquisa em questão.
Eu concordo que pesquisas para cosméticos são reprováveis, mas pesquisas em animais são indispensáveis para a ciência como um todo.
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Raoni, tá aqui ó: http://ec.europa.eu/consumers/sectors/cosmetics/animal-testing/index_en.htm. Sobre o restante das questões levantadas por você, acho que o meu comentário anterior responde alguma delas.
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É simples: esse texto está errado. Do começo ao fim.
animais em experiências
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Artigo do leitor Octávio Menezes de Lima Junior
Publicado: 11/11/08 – 0h00
Atualizado: 11/11/08 – 0h00
Um velho ditado afirma que “o pior cego é aquele que não quer enxergar”. Outro, menos antigo, prega que “se conhecimento, dados precisos e bons argumentos convencessem alguém, nenhum médico seria fumante”. Cada vez mais me convenço da verdade contida em ambos ditados. As pessoas, quando não querem ser convencidas de algo, não há gênio, pedagogo ou mestre espiritual que as convença que a verdade que elas enxergam não é, de fato, a verdade absoluta.
Um caso clássico do que acabo de afirmar é a posição ortodoxa, radical e obscurantista de certos grupos ligados à defesa dos direitos animais no que diz respeito ao uso de animais em pesquisa científica. Defendem mitos como se fossem verdades inquestionáveis, informações imprecisas e, em alguns casos, fantasiosas como se fossem fatos científicos e satanizam a Ciência e os cientistas como se fossem, em sua maioria, pessoas malignas, perversas e mal intencionadas. Será que essa visão linear e obtusa é realmente a verdade?
Desrespeitando minha crença de que não adianta “gastar o meu latim” com quem não quer ser convencido, e na esperança de que pessoas equilibradas e sensatas, sem opinião formada ou dispostas, ao menos, a considerar a opinião oposta antes de tirarem conclusões, possam enxergar a real dimensão e a complexidade do tema, decidi me aventurar a escrever aqui sobre esse polêmico assunto. Sei que estou me arriscando a ser xingado, execrado e quem sabe sofrer até atentados, como foi o caso recente de uma ilustre cientista durante uma discussão sobre o tema na reunião da SBPC, que foi alvejada com tinta vermelha por “zooterroristas” que se dizem defensores de direitos animais. Mas acho que vale a pena o risco…
Para iniciar, vamos tentar derrubar alguns mitos. O primeiro grande mito é o argumento que se faz experimentos com animais por ser mais barato e/ou mais fácil do que fazê-lo in vitro (em tubo de ensaio). Quem afirma isso não deve ter a mínima noção do grande gasto de tempo, pessoal, espaço e trabalho que demanda manter um biotério. Os animais comem, bebem, precisam ser medicados, são mantidos em condições da alta higiene (quando não de esterilidade absoluta), temperatura e luminosidade controlada e demandam a atenção de tratadores e veterinários, tudo a um custo bastante elevado. Totalizando o custo final de tudo que envolve a criação de um camundongo, ou outro animal experimental, e comparando isso com os custos de se trabalhar in vitro com linhagens celulares em cultura, facilmente se percebe que é muito mais barato trabalhar in vitro. Experimentos in vitro são inclusive, em sua maioria, mais simples e mais reprodutíveis, mas, infelizmente, não trazem respostas claras com relação à grande maioria dos fenômenos fisiológicos complexos.
Outro grande mito é a crença que existem métodos alternativos que substituem perfeitamente os experimentos com animais. Se isso fosse verdade, eu seria o primeiro a utilizá-los e tenho certeza que a grande maioria de meus colegas também assim o fariam, até porque, como afirmei acima, seria mais simples e mais barato. Nesse caso, vou contra-argumentar com algumas perguntas: me expliquem, por favor, como eu poderia simular in vitro o sistema circulatório com todos seus componentes, celulares e biofísicos, para fazer testes de drogas contra a hipertensão arterial? Qual protocolo experimental eu poderia usar para simular ansiedade ou depressão e testar medicamentos contra esses males, utilizando apenas células em um tubo? Como eu faria para testar in vitro o efeito de uma droga na perda de memória? Poderiam me explicar também como se faz para descobrir se um produto é bom contra diarréia usando células em um tubo de ensaio? Qualquer pessoa sensata e com o mínimo de conhecimento, em vista dos poucos exemplos que citei aqui, percebe que a coisa não é tão simples como pregam o “zooxiitas” de plantão.
Outro argumento comumente utilizado é que o organismo de outros animais é diferente do humano e os testes em animais são, portanto, sem sentido. Usam aí uma meia-verdade, tentando torná-la uma verdade absoluta. É preciso sim ter cuidado ao se interpretar dados obtidos com experimentação animal, respeitando as diferenças interespecíficas. Em muitos casos não se reproduz um fenômeno biológico em organismos de espécies distintas, mas em espécies próximas evolutivamente há, em sua maioria, grandes semelhanças que permitem tirar conclusões preciosas e relevantes. Se fosse, realmente, tão diferente, a ponto de ser impossível se extrapolar para o ser humano o dado obtido em experimentação animal, a Ciência já teria abandonado tal prática, pois seria um esforço inútil e um gasto de recursos, técnicos, financeiros e humanos sem justificativa.
Além disso, alguém realmente acha que grandes laboratórios multinacionais (que em sua maioria visam muito mais o lucro do que o lado humanitário) iriam gastar milhões de dólares em testes de drogas em animais, se isso não trouxesse nenhum dado confiável? Seriam os diretores dessas companhias insanos, sádicos ou irresponsáveis? Faz sentido jogar dinheiro no ralo assim? O fato é: os testes de drogas em animais reduzem ao extremo os riscos para o ser humano e para outros animais, tendo em vista que, das drogas adotadas no tratamento de seres humanas, a maioria também é utilizada para fins veterinários.
Alguns dizem: “testem diretamente em humanos”. Aí eu pergunto: você se ofereceria como voluntário para testar se uma droga é boa contra um problema cardíaco, sabendo que se ela falhar ou piorar a sua situação poderia levar à sua morte? Aceitaria uma droga sem ter a mínima noção (pela ausência de testes em outros animais) do tipo de efeitos colaterais ela pode causar e sua real eficácia? Daria a um bebê com diarréia severa um medicamento que nunca foi testado, cruzando os dedos para ele funcionar, se não a criança pode morrer de desidratação, isso sem ter a menor pista dos seus efeitos em outros mamíferos? Você realmente acha menos hediondo utilizar seres humanos como cobaias do que animais, criados especificamente para esse fim? Você concorda com a opinião de certas pessoas que acham que se deve utilizar presidiários como cobaias humanas?
Aliás, a “turminha legal” dos “porões da ditadura” ia adorar fazer isso com os “subversivos” que eles prendiam e torturavam aos milhares, nas décadas de 60 e 70 do século passado… O fato é: não se pode abrir o precedente autorizando experimentação humana sob o risco de se institucionalizar atrocidades e banalizar ainda mais o valor da vida humana. Mas, caso os defensores árduos dos direitos animais insistam em defender essa tese (que fere os direitos humanos, o que, aparentemente para os “zooxiitas” importa menos que os direitos animais), sugiro que, sendo coerentes com essa idéia, sejam todos voluntários para tais testes, incluindo seus filhos e outros parentes na lista também.
Outro mito: “os cientistas são pessoas malignas que sentem prazer em torturar animais”. Alguém em sã consciência acha que Dr. Louis Pasteur era um sádico torturador de animaizinhos indefesos, por mero prazer, em experimentos sem sentido? Seria o Dr. Carlos Chagas um homem maligno que tinha prazer de sacrificar insetos inocentes, por matar barbeiros em suas pesquisas? Seria um criminoso o Dr. Albert Sabin, que desenvolveu a vacina contra a poliomielite, tendo em vista que sua vacina foi testada antes em macacos e só depois liberada para vacinação humana? Sim, porque segundo o ponto de vista dos radicais defensores dos animais, esses e milhares de outros pesquisadores não passam de psicopatas assassinos. Para eles, por exemplo, testar a vacina Sabin em algumas dezenas de macacos não se justifica, mesmo tendo essa vacina evitado que milhões de pessoas contraíssem pólio e ficassem aleijadas pelo resto da vida. Se assim eles pensam, eu, humildemente, me reservo ao direito de discordar.
O que acho intrigante é o seguinte: estariam esses “zooxiitas” defendendo o direito à vida das baratas? E os mosquitos, inclusive os da dengue, estão na sua lista de animais a serem defendidos? Seriam defensores dos cupins? Estariam os barbeiros (que transmitem a Doença de Chagas) entre seus alvos de proteção? Estariam tão interessados em defender uma ratazana malcheirosa que entra em sua casa pelo ralo, quanto um ratinho bonitinho, branquinho criado em um biotério científico? Achariam também importante defender pulgas, carrapatos e piolhos? Pensam ser uma atrocidade usar um vermífugo para matar uma solitária (Taenia solium) que parasita uma criança? Sim, porque todos exemplos que citei acima são, também, animais e deveriam ser defendidos, da mesma forma e com o mesmo afinco! Ou será que só entram nessa lista os camundonguinhos, ratinhos, ramsterzinhos, coelhinhos, porquinhos, cachorrinhos, gatinhos e macaquinhos fofinhos?
Para aqueles que não são vegetarianos, então, não existe a menor forma de sustentar sua posição pró-animais, tendo em vista promoverem uma imensa matança de animais para se alimentarem. A propósito: eu sou vegetariano.
É sinal de profunda ignorância e/ou leviandade colocar experimentação científica séria, voltada para a saúde da humanidade, no mesmo saco que: touradas, Farra do Boi, criação de gansos para fazer patê de foie gras, caça “esportiva” de animais ou para extrair peles para casaco de madames fúteis, tráfico de animais, rodeios, exploração de animais em circos, criação de animais imobilizados para se obter “baby beef”, briga de galos cachorros e outros animais, espancamento ou manutenção em condições precárias de animais domésticos e, até mesmo, uso de animais para testar cosméticos (todos procedimentos que sou absolutamente contra).
A verdade, ao meu ver, é que a experimentação animal é um mal necessário. Não existe forma satisfatória de substituir o uso animal em pesquisas sem interromper estudos fundamentais para o futuro da humanidade e para saúde e sobrevivência do ser humano. O que pode, deve e já está sendo feito, não só no Brasil, mas mundialmente, é regulamentar, fiscalizar e conscientizar as pessoas que fazem esse tipo de pesquisa, para utilizarem o mínimo necessário de animais, reduzir ao máximo qualquer sofrimento causado a eles e principalmente avaliar profundamente a real relevância dos projetos de pesquisa para a humanidade. A criação, nas últimas décadas, de comitês de ética em experimentação animal, em todas grandes instituições de pesquisa do país, e a aprovação recente da Lei Arouca, são exemplos de que o esforço está sendo feito.
Agora, jogar tinta e ameaçar pesquisadores, invadir laboratórios (arriscando inclusive a se contaminar e gerar contaminação para terceiros) ou qualquer ato similar de terrorismo são atitudes de quem não tem capacidade de argumentar. A violência é o caminho que escolhem os indivíduos sem força moral, intelectual e espiritual para aceitar a diferença de opinião alheia. Esse tipo de atitude é algo patético, irresponsável e que denota falta de caráter. Discordar é um direito sagrado que cada um de nós tem. Entretanto, querer obrigar as pessoas a pensar e agir como nós achamos que devem fazê-lo e tentar coagi-las e amedronta-las para que assim o façam, é o tipo de atitude que tiveram os mentores de diversas ditaduras, inclusive aqui no Brasil, e o caminho escolhido pelo Sr. Adolph Hitler para “salvar” o seu país. Se esse é o caminho que os zooxiitas preferem, só lamento. Eu prefiro parafrasear Voltaire: “Não concordo com uma só palavra do que dizeis, mas defenderei até a morte vosso direito de dizê-lo”.
Se o leitor, após ler o que escrevi, ainda discorda de minha argumentação, respeito totalmente sua opinião, apenas peço coerência. Se não és vegetariano, torne-se imediatamente. Pare então de usar tudo que foi testado em animais: medicamentos alopáticos estão todos fora de cogitação, inclusive anestésicos. Deves fazer qualquer procedimento cirúrgico sem anestesia. Aliás, pensando bem, a maioria dos procedimentos cirúrgicos atuais ainda foram testados em animais, ou derivam de outros que assim o foram. Ou seja, a grande maioria deles estaria fora de sua lista de itens “zôo-corretos”, inclusive nada de ir ao dentista.
Não mate, por nenhum meio, em sua casa ou na rua: baratas (é totalmente absurdo tirar a vida de um animal só porque tem medo ou nojo dele!), aranhas, pulgas, carrapatos (deixe seu cão e seu gato cheios desses bichinhos lindos), piolhos (sim, se seu filho tiver piolhos, nada de matar os pobres animais, deixe a cabeça do menino virar uma colônia de piolhinhos felizes), lacraias, formigas, cupins, (se der cupim no seu guarda-roupa, alegre-se por hospedar animaizinhos tão fascinantes em sua casa), ratos (deixe um queijinho para aquelas ratazanas de estimação que visitarem sua cozinha e trate-as com carinho), mosquitos (nada de matar o mosquito da dengue, deves fazer campanha contra esse absurdo!) e ácaros (não desinfete o chão de sua casa, não limpe camas e sofás nem lave sua roupa, para não matar os pobres ácaros). Se lagartas, formigas, pulgões, cochonilhas ou lesmas atacarem seu jardim, paciência, a natureza é assim, deixe os animais se alimentarem em paz.
Nunca dê vermífugos para seus filhos e animais de estimação, vermes também são animais e merecem proteção. Se fores um dia picado por uma cobra, jamais use soro antiofídico, além de ser obtido de veneno tirado contra a vontade de cobras mantidas em cativeiro, ainda por cima é injetado em pobres cavalos, que depois têm seu sangue coletado para extrair o soro. Nada de se vacinar, vacinas são testadas em animais antes de serem liberadas para uso humano. Nunca ande de avião, essas naves malignas matam aves por acidente com freqüência. Aliás, trens e carros também matam insetos no pára-brisa e atropelam animais que por acidente cruzem suas vias, nada de usar esses transportes, nem nada que tenha sido transportado por eles. Creio que com todas essas medidas simples você estará sendo totalmente zoocorreto. Aí, se quiser fazer um “upgrade” para zooxiita, basta passar a atacar cientistas e invadir laboratórios. Boa sorte, você vai precisar.
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